O psicólogo Dr. Kelly Flanagan escreveu esta carta para a sua filha, na
esperança que futuras mulheres e futuros maridos compreendam um pouco melhor as
bases em que devem estar estabelecidas as relações amorosas.
O texto, para além de sentido, revela as preocupações naturais de um pai
para uma filha ao longo da vida.
Muitas mulheres gostariam de o ter ouvido do seu pai ou vão conseguir
identificar este tipo de discurso. Fique com a carta aberta de Kelly Flanagan:
Querida “Cutie pie”,
Há uns dias eu e mãe estávamos a fazer uma pesquisa na net, e enquanto
escrevíamos no motor de busca, o Google mostrou uma lista das frases mais
procuradas do mundo. Empoleirado no topo da lista estava “Como mantê-lo
interessado?”
Caiu-me a ficha. Comecei a desbravar inúmeros artigos sobre “como ser
sexy e sexual,” “quando levar-lhe uma cerveja vesus uma sandwich”, e “quais as
maneiras de fazê-lo sentir-se inteligente e superior”.
E fiquei irritado.
Minha querida, não é, nunca foi, e nunca será uma tarefa tua “mantê-lo
interessado.”
Minha querida, a tua única tarefa é saberes no fundo da tua alma – nesse
lugar inabalável que não é salpicado pela rejeição, perda, e ego inchado – que
tu és digna de interesse. (Se te conseguires lembrar que todas as outras
pessoas também são dignas de interesse, as batalhas na tua vida estarão
praticamente ganhas. Mas isso dá pano para mangas para outra carta)
Se confiares no teu valor, vais ser uma pessoa atraente no mais
importante sentido da palavra: vais atrair um rapaz interessante e que vai
querer passar a sua vida a investir no aumento do seu interesse por ti.
Minha querida, eu vou falar-te desse rapaz que nunca vais precisar de o
“manter interessado”, porque ele sabe que tu és interessante, e ele vai
manter-se interessado.
Não importa que ponha os cotovelos na mesa – desde que ponha os olhos na
forma como o teu nariz se enruga quando te ris. E que não consiga parar de
admirar-te.
Não importa que não possa jogar golfe comigo – desde que brinque com os
vossos futuros filhos, e que te reveja neles, quer nas suas saídas brilhantes
quer nas suas frustrações.
Não importa que não seja muito ambicioso, desde que siga sempre o seu
coração, e que o leve sempre de volta para ti.
Não importa que não seja um homem forte, desde que te dê espaço para
usares a força do teu coração.
Não importa nada quais as suas convicções políticas, desde que todas as
manhãs ao acordar te eleja para um lugar de honra em tua casa e no seu coração.
Não importa qual o tom de pele dele – desde que pinte a tela das vossas
vidas com pinceis de paciência, sacrifício, vulnerabilidade e ternura.
Não importa se é católico, budista ou ateu – desde que tenha sido criado
para valorizar o sagrado, e que como sagrado considere cada momento da vida que
passa contigo, e que passam em família.
E por fim, minha querida, se conheceres um homem que reúna estas
características, mas que não tenha nada em comum comigo, não te preocupes, pois
teremos sempre a coisa mais importante do mundo a ligar-nos:
Temos-te a ti.
Porque no fim, minha querida, a única coisa que deves fazer para
“mantê-lo interessado”, é seres tu própria.
Do teu, eternamente interessado em ti,
Pai.
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