O senador eleito pelo PSB, Roberto Rocha, concedeu
entrevista exclusiva ao Blog do Robert Lobato.
O ainda
vice-prefeito de São Luis falou sobre o significado da sua eleição para o
estado, já que é o primeiro político de oposição ao grupo Sarney a chegar no
Senado Federal; as questões prioritárias que levará ao debate na Câmara Alta e
a relação que terá os demais senadores do estado.
“A nossa eleição
representa o sentimento de um povo que luta por mudança em seu estado. E quem
representa o Estado em Brasília é o senador. Minhas prioridades serão o combate
às drogas, Segurança Pública, com foco no sistema prisional e Infraestrutura.
Claro, além da Reforma Política. Espero ter a melhor relação [com os senadores
do grupo Sarney] quando a questão for o interesse do nosso estado“, disse.
Roberto Rocha não
quis passar recibo sobre o papel que o governador eleito Flávio Dino (PCdoB)
teve na sua vitória ao Senado Federal.
Perguntado sobre o
assunto, Rocha foi curto e grosso: “Comecei e
terminei a campanha sempre em primeiro lugar. Em nenhum momento o meu principal
adversário me ultrapassou, a não ser na pesquisa imoral e desmoralizada do
Ibope”, assegurou.
Ainda que evasivo
em algumas questões fundamentais da entrevista, como a opinião sobre os nomes
do futuros secretários do governo Flávio Dino anunciados até aqui,
inclusive a indicação do ex-governador José Reinaldo pelo PSB, a campanha do
Aécio Neves no estado etc, Roberto Rocha não deixou de fazer
uma provocação quando perguntado sobre qual posição teria num eventual
segundo mandato da presidenta Dilma. “Eu tenho um
partido, e ele vai se reunir após as eleições para discutir de que forma poderá
ajudar o governo Aécio Neves”.
Ao final da
entrevista, o senador eleito fez um desabafo em relação ao bárbaro assassinato
do advogado Brunno Matos, ocorrido na madrugada do dia 6 de outubro quando
comemorava o resultado eleitoral no Maranhão.
Roberto Rocha
exigiu que a governadora Roseana Sarney determine a criação de uma comissão de
delegados para apurar o caso e avisa que, se preciso for, gritará por justiça
no Senado Federal.
“Estamos revoltados!
Aproveito para pedir a governadora Roseana Sarney que determine uma comissão de
delegados para apurar, com seriedade, o caso do Brunno, pois o inquérito está
se transformando num problema de saúde pública, porque fede. Não me faltará
disposição, se necessário, de gritar por justiça no Senado Federal“, afirmou.
Fiquem com a
íntegra da entrevista.
“A falta de alternância de poder, necrosou o tecido social do estado.
Há uma quase metástase política, cujo único remédio é o que o povo receitou nas
urnas”
O que significou
para o MA a sua vitória para o Senado Federal e o que o povo maranhense pode
esperar do futuro senador Roberto Rocha?
A nossa eleição
representa o sentimento de um povo que luta por mudança em seu estado. E quem
representa o Estado em Brasília é o senador. Portanto, nossa eleição está em
perfeita sintonia com a vontade do povo, que pode esperar de mim um mandato
digno, com muitas realizações.
Quais os projetos,
temas e questões que o senhor pretende levar de imediato para o debate no
Congresso Nacional?
Combate às Drogas,
Segurança Pública, com foco no sistema prisional e Infraestrutura. Claro, além
da Reforma Política.
O senhor terá a
companhia de outros dois senadores maranhenses que não fazem parte do seu grupo
político. Como o senhor pretende se relacionar com eles?
Espero ter a
melhor relação quando a questão for o interesse do nosso estado. As diferenças
políticas nós sabemos lidar.
Muitos creditam a
sua vitória nas urnas a partir do momento que o agora governador eleito entrou
de fato na sua campanha. Como o senhor avalia essa afirmação?
Comecei e terminei
a campanha sempre em primeiro lugar. Em nenhum momento o meu principal
adversário me ultrapassou, a não ser na pesquisa imoral e desmoralizada do
Ibope.
Como o senhor tem
recebido o anúncio dos futuros secretários do governo Flávio Dino? Os partidos
e políticos da coligação “Todos Pelo Maranhão” estão sendo ouvidos?
Dos nomes
anunciados até aqui, todos são dignos e merecedores da nossa confiança.
Qual a sua
expectativa sobre o próximo governo que o senhor ajudou eleger?
Vamos experimentar
um novo modelo de gestão. Isso oxigena a nossa política, que está muito viciada
pelo tempo.
A falta de
alternância de poder, necrosou o tecido social do estado. Há uma quase
metástase política, cujo único remédio é o que o povo receitou nas urnas. Na
dose certa, quando mudou o Governo e o Senado.
O PSB chegou a
sugerir, através de nota, a indicação o ex-governador José Reinaldo Tavares
para compor a equipe de secretários de Flávio Dino. O senhor concorda com essa
indicação?
Na reunião
do partido me manifestei favoravelmente.
O senhor foi o
primeiro político do grupo de Flávio Dino a declarar apoio ao candidato Aécio
Neves neste segundo turno para presidente. Como está a campanha do candidato
tucano no MA?
O que disse agora
pouco sobre o Maranhão se aplica ao Brasil. O povo precisa colocar o PT na
oposição, para o bem da nação.
O senhor fará
oposição à presidente Dilma caso ela se reeleja presidenta?
Eu tenho um
partido, e ele vai se reunir após as eleições para discutir de que forma poderá
ajudar o governo Aécio Neves.
Não obstante a sua
vitória na eleição de senador, o senhor sofreu duas grandes perdas neste ano, a
do ex-governador Eduardo Campos e do seu assessor jurídico Brunno Matos. O que
estes acontecimentos significaram para o senhor?
O Brunno era como
um membro da minha família.
Após uma grande
alegria com nossa vitória, mergulhamos numa profunda e angustiante tristeza.
Sobretudo pela forma selvagem como lhe tiraram o direito de viver. Foi
covardemente assassinado, com requinte de crueldade.
Estamos
revoltados, e o mínimo que podemos fazer por ele é JUSTIÇA. Por isso estamos
acompanhando de perto as investigações, e aproveito para pedir a governadora
Roseana Sarney, que determine uma comissão de delegados para apurar, com
seriedade, o caso do Brunno, pois o inquérito está se transformando num
problema de saúde pública, porque fede.
Alerto a
governadora e o secretário de segurança pública para, com urgência, nomearem
esta comissão de delegados, pois não me faltará disposição, se necessário, de
gritar por justiça no Senado Federal.