quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Marina Silva explica ao ''Estado'' as razões para ter se filiado ao PSB e não esconde a mágoa do PT

''De repente me vi numa situação parecida com a do Lula''

Em entrevista exclusiva ao Estado, Marina Silva explica as razões para ter se filiado ao PSB e não esconde a mágoa do PT. Ela afirma que sua decisão tem semelhanças com o ousado movimento que Luiz Inácio Lula da Silva fez no final da década de 70, nas greves do ABC, e que culminaram na criação do PT. Confira os principais trechos:

Influências sobre decisão
"O que me levou a essa coligação programática foi a coerência. Eu sempre disse que a Rede Sustentabilidade não estava aí na lógica da eleição pela eleição, que nós desejávamos era discutir propostas e ideias, mas acho que os sinais não eram suficientes. Nós já abdicamos das eleições de 2012. O que me fez pensar essa possibilidade, acompanhada pela maioria da executiva da Rede, foi a coerência com o que nós estamos nos propondo, de que nós queremos muito mais do que eleição. Analisamos o que mantinha coerência com a visão de que o que nos interessa é uma agenda estratégica para o Brasil. Em termos de candidatura posta com a qual podemos fazer um diálogo com alguma possibilidade de prosperar era o PSB. E o PSB foi um partido que entrou com a liminar na Justiça, que quando o ministro Roberto Amaral deu uma declaração bastante dura contra a Rede, o governador Eduardo Campos fez questão como presidente de fazer uma nota dizendo que a Rede tinha direito de se constituir como partido. Então, eu vi ali a disposição para o diálogo."

Sem foco no Planalto
Alguém me perguntou: é vingança? Eu disse: não, é uma sede muito grande de esperança. Geralmente a gente vê nos outros aquilo que está dentro da gente. Alguém que tem 20%, 16% ou 26%, se dispõe a esse gesto. Isso eu acho que tem algo que fala por si mesmo. Eu não preciso dizer que é desprendimento. Acho que é uma grande ambição, de que a política pode ser melhor, de que o Brasil possa ser melhor. É uma ambição saudável e que não vou abrir mão. Foi por ela que eu saí do PT, o que passei até a decisão de conversar com o Eduardo Campos e selarmos a aliança programática não chega nem perto do sofrimento que eu passei na decisão de sair do PT. É porque eu acredito que o sonho não pode parar. A história não para. Alguém tem que continuar. É engraçado que foi muito bom poder ficar recordando esses dias todos. Quando o Lula fez o movimento no ABC e quis transformar aquele movimento em um partido político foi muito incompreendido, pelo PMDB de luta, que dizia que iria dividir as oposições, pelos partidos marxistas leninistas que tentavam rotulá-lo de ser um partido de direita para fazer o jogo da direita e era rotulado pela direita de ser um partido de esquerda que era um perigo para o Brasil. E de uma forma diferente, sem a força do Lula, a estrutura sindical, de repente eu me vi numa situação de alguma forma parecida. Uns querendo rotular a Rede Sustentabilidade como um partido frágil e outros entendendo que de fato é um esforço para criar uma instituição que dialoga com esse novo sujeito político que está surgindo e outros dizendo que não é algo diferente, é como todos os partidos. Não é a mesma coisa. Tem muita gente que discorda do que eu fiz, está me criticando fortemente, mas compreendendo e respeitando, mas dentro da Rede. Nós estamos metabolizando, debatendo. A Rede não está se fundindo com o PSB, está fazendo uma aliança programática.

Desistência da candidatura
Qual é o problema? Não frusta porque as pessoas estavam frustradas com o que o TSE fez. Quem inviabilizou a possibilidade de a Rede ter a sua candidatura foram os cartórios reconhecidos pela Justiça Eleitoral. Não vamos deslocar o que aconteceu anteriormente ao que ocorreu posteriormente. A Rede sabe muito bem disso. A questão é, deveria ter ficado apenas dentro da Rede e não ter nenhuma incidência na conjuntura política do País, ou deveria ir para um partido, e o PPS dizia: façam a mesma filiação transitória e você tem a possibilidade de ser candidata, no meu entendimento, aí sim era dizer o mais importante era a candidatura pela candidatura, mas o mais importante é poder expor a proposta. Eu via que tinha uma torcida muito grande por uma coisa e por outra, ir para um partido para ser candidata ou me resignar na metáfora que eu fiz de ser a Madre Tereza de Calcutá da política. Eu ficaria no meu conforto e neste momento 99,9% das pessoas jovens da direção da Rede Sustentabilidade estariam felizes, teria sido uma atitude de anticandidatura e com certeza estariam dizendo que tudo que foi referenciado na plataforma Brasil que queremos, eu me omiti por vaidade, para preservar meu capital político e junto aos meus e de dar uma contribuição para o país. Eu me vi diante de uma situação que o Eduardo Gianetti diz que é de dilema, ou faz isso ou aquilo, ou vai para o recolhimento do conforto ou vai para um partido que mesmo com toda a narrativa nós podemos dizer que ela foi para uma sigla de aluguel. Era um dilema e eu tive que criar um trilema, e aí você elimina as duas possibilidades e cria uma terceira que não estava prevista por ninguém. Foi o que aconteceu. Não está previsível porque a lógica da política é: serei eu e o resto que está por aí, ninguém presta. E eu digo que tem muitas coisas dentro do PT, do PSDB, do PSB, do PPS, do PMDB. As pessoas tem o previsível porque não consideram outra possibilidade. Na conversa com o Eduardo, era muito claro para nós dois, eu não quero destruir ninguém, quero construir. Aí as pessoas dizem, vocês são a costela do Lula e eu até brinquei: a costela é uma coisa melhorada.

Decepção com o PT
Você me perguntou o que me decepciona, eu vou começar pelo que me emociona. O que me emociona no PT foi o PT ter cumprido de fato o que sinalizou na questão da justiça social, tirar 30 milhões de pessoas da extrema pobreza, que era uma promessa que o presidente Lula fazia de um jeito muito simples, no jeito dele, eu quero que as pessoas possam tomar café da manhã, almoçar e jantar, isso me emociona. Mas infelizmente o PT não foi capaz de entender que nós que fomos a força criativa, produtiva e livre que produziu um ato de mudança na década de 80 e chegou até aqui não poderíamos nos conformar com a repetição do sucesso, que é estar no poder. Isso foi aprisionando o poder nessa lógica de não conseguir ver as novas bandeiras, as novas utopias. Eu lutava muito para dizer que a sustentabilidade era a ideia cujo tempo chegou, de que era a atualização da utopia. Mas quando eu dizia isso, as pessoas achavam que eu estava querendo cacifar a minha agenda. Nas campanhas muitas pessoas diziam, você não pode aparecer, se não a gente perde voto, e eu me resignava, porque eu dizia, não quero atrapalhar. Eu me resignava porque eu dizia: não quero atrapalhar, quero que o PT ganhe, que o Lula ganhe. Só que chegou um tempo que eu comecei a ver que jamais eu ia fazer as pessoas se convencerem de que a utopia desse século que todo mundo está correndo atrás é o desenvolvimento sustentável, que é ressignificar as nossas bandeiras, ressignificar nossa utopia. Foi por isso o ato extremo de sair do PT e ir para o PV. Eu estou acreditando profundamente que o Eduardo pode dar uma contribuição para essa atualização. Nesse momento o peso está muito nos ombros dele.

Alianças regionais
As conversas que estavam postas nos Estados elas também vão participar de um processo de reelaboração e ressignificação. Porque se a aliança prospera, ela vai se adensando na direção de um novo caminho e uma nova maneira de caminhar.

Transferência de votos
Não acredito em transferência de voto porque o voto não é meu, o voto é do eleitor. E a gente tem que começar a respeitar o eleitor. Eu acho um desrespeito esse negócio de que você é dono dos votos de cidadãos e cidadãs conscientes. As pessoas votam em quem elas se convencem de votar. O eleitor, o cidadão, não quer ficar nessa posição de mero expectador, ele quer ser protagonista, autor, mobilizador. E isso ficou claro nas manifestações agora de junho. O pessoal entrou em crise, 'mas como é que tem esse bando de gente na rua e não foi um sindicato, não foi um partido, não foi a Marina, não foi o Lula'? Quem chamou foi o próprio cidadão porque ele é um novo sujeito politico, é autor, é mobilizador. É isso que temos que entender e cada vez mais vai ser assim. E vai ter que negociar com ele. Não vamos trata-lo como se ele tivesse uma atitude passiva. Tanto não tem que botou o Congresso para, envergonhadamente, enterrar a PEC 37. Botou o Congresso e o governo para, envergonhadamente, ressuscitar para em seguida matar a reforma política. Quem fez isso foi o cidadão. Ou a gente convence esse cidadão, de que essa proposta é boa para o Brasil, ou ele não vai dar o voto só porque a Marina está dizendo vote no Eduardo, no João, no Francisco ou na Maria. Vamos começar a respeitar o cidadão. Eu digo: não acredito em salvadores da pátria, eu acredito em homens e mulheres que se disponham a construir pátria. Eu não acredito que alguém propõe para um povo um destino, eu acredito em quem propõe um mundo melhor, construído por todos. É por isso que eu fiz esse gesto. E só Deus e o tempo dirão se foi para ajudar a mudar ou se foi para me vingar. E, se eu não tiver mais aqui, com certeza, como historiadora, eu ficarei feliz do mesmo jeito porque foi para construir.

Cabeça de chapa
Esse trabalho não é ele quem vai conseguir, numa aliança a gente tem que conseguir juntos. É um convencimento conjunto. Agora, para convencer os outros, a gente tem que ter o que dizer. E não só o que dizer, a gente tem que mostrar o que está fazendo. E é desse estar fazendo é que vamos mostrar muito mais pelo que fizemos do que pelo que dissermos. Mas a gente está só no começo, vamos começar o diálogo. Não tem nada impositivo. A Rede tem o seu programa, o PSB tem o seu programa, a Rede tem seus militantes, o PSB tem os seus militantes, e vamos nos comportar como um partido político. A história vai provar que o que aconteceu com a Rede Sustentabilidade é o maior paradoxo da política partidária brasileira. Tem partido que se legaliza dentro de uma pasta para tentar ganhar capilaridade social, com apoio inclusive do governo para já ter um ministério. Tem partido que tem capilaridade social, não quer um ministério para aumentar cada vez mais os gastos públicos e mesmo assim não consegue um registro legal. Eu não tenho como objetivo de vida ser a presidente da República, eu tenho como objetivo de vida um país melhor. Se para isso necessário for ser presidente da República, serei com a mesma alegria que faço como professora de história. Eu acho que as pessoas não entenderam que o meu gesto porque continuam não acreditando nisso que estou dizendo. Se o Eduardo se comprometer com essa agenda, se o Eduardo fizer um gesto de mudanças significativo que o Brasil precisa, eu não preciso ser vice dele, eu só preciso ser cabo eleitoral. Eu repito aquela história de que sábio são os que aprendem com os acertos dos outros. Estúpidos são aqueles que não aprendem nem com os seus acertos. O PT e o PSDB tem dois grandes acertos para aprender, serão estúpidos se não aprenderem com eles que podem fazer mais e melhor, podem fazer mais com sustentabilidade. Eu não tenho nenhum problema com isso se o Brasil for melhor, não tenho como objetivo de vida ser presidente do Brasil, tenho como objetivo de vida ter um país melhor. 


De olho nas eleições de 2014

Metade do secretariado do governo vai sair para disputar as eleições do ano que vem



O governo do Estado pode ter uma grande reforma administrativa por conta das saídas de secretários para concorrer a cargos eletivos em 2014. São pelo menos 16 titulares de pastas que podem deixar o executivo para campanha em busca de mandato de deputado estadual ou federal e governador. O fim do período de troca partidária marca também o momento de definição dos candidatos. 

O secretário estadual de Assuntos Políticos, Ricardo Archer, afirmou que o governo ainda irá discutir a questão do secretariado que concorrerá em 2014 assim que a governadora Roseana Sarney (PMDB) retornar ao Maranhão para discutir a questão. “Nós vamos esperar a governadora para que possamos discutir como lidar com as candidaturas de secretários. Nós ainda nem temos a certeza das candidaturas. Agora que encerra o período das trocas departidos os secretários vão definir mesmo se serão ou não candidatos e a quais cargos querem concorrer. Então, vamos começar a analisar esta conjuntura agora”, pontuou.

Demonstram interesse em concorrer em 2014 os secretários Ricardo Murad (Saúde), Pedro Fernandes (Educação), Jura Filho (Turismo), Carlos Filho (Juventude), Claudio Azevedo (Agricultura e Abastecimento), Joaquim Haickel (Esportes), Hildo Rocha (Cidades), Fernando Fialho (Desenvolvimento Social e Agrário), Alberto Franco (Assuntos estratégicos), Aluísio Mendes (segurança), Victor Mendes (Meio Ambiente), Cláudio Trinchão (Fazenda), Catharina Bacelar (Mulher), Fábio Gondim (Gestão e Previdência) e José Antonio Heluy (Trabalho e Renda), fora Luís Fernando pré-candidato ao governo do estado. São 16 secretários que podem deixar seus postos.

Muitos ainda estão articulando o partido pelo qual irão concorrer e qual será o cargo. Outros já são deputados e estão licenciados. Ricardo Murad (PMDB), Victor Mendes (PV) e Carlos Filho (PRTB), tentarão a reeleição. Victor Mendes tentou se filiar em uma legenda menor para buscar a eleição a deputado federal, mas com a permanência no PV tentará se reeleger deputado estadual. Pedro Fernandes (PTB) é deputado federal licenciado e buscará a reeleição.

Postulantes

O secretário Cláudio Trinchão tentará uma vaga na Câmara Federal pelo PSD. O titular da Fazenda teve duras perdas na sua legenda, que ficará apenas com o deputado Tatá Milhomen como representante na Assembleia. “Nós tínhamos sete deputados que nos procuraram e estavam interessados em concorrer pelo PSD, mas seus partidos não liberaram. Nós sabíamos que aqui iriamos começar do zero. Os deputados que tínhamos não se elegeram pelo partido e tinham liberdade de sair. Mas temos bons quadros mesmo sem deputados de mandato”, afirmou.
Trinchão disse que não existe objeção da governadora Roseana Sarney pelas candidaturas de secretários. “Eu estou viabilizando minha pré-candidatura de deputado federal. A governadora sabe das nossas intenções e da minha parte não tem problema com a candidatura”, garantiu.

Também filiado ao PSD, o secretário estadual de Agricultura, Cláudio Azevedo, quer contar com o apoio da classe empresarial para concorrer a uma vaga na Câmara federal, afirmando que a classe empresarial teria um defensor dos seus interesses no Congresso Nacional. Aluísio Mendes se filiou ao pequeno PSDC no intuito de se candidatar a deputado federal em uma pequena legenda.

Hildo Rocha (PMDB), Alberto Franco (PRB), José Antonio Heluy (PT) tentarão vaga na Assembleia Legislativa. Fernando Fialho (PMDB), Catharina Bacelar (PV), Fábio Gondim (PT) tentarão candidatura a deputado federal.
A Executiva estadual do PT estava julgando no final da tarde e início da noite de ontem a filiação de Fábio Gondim ao partido. Até o fechamento desta edição, a decisão ainda não havia sido tomada.

Em 2010, todos os secretários de Roseana que concorreram, ganharam a eleição. Foram eleitos deputados os ex-secretários César Pires (Educação), Roberto Costa (Juventude), Raimundo Cutrim (Segurança), Ricardo Murad (Saúde) e Max Barros (Infraestrutura). Ricardo Murad, que comandava a poderosa secretaria de Saúde, posto para onde retornou, foi o deputado mais votado. Além do deputado federal já falecido Luciano Moreira (Administração) e o suplente que depois assumiu o mandato Chiquinho Escórcio (ex-secretário de representação em Brasília).

Secretários e cargos que devem concorrer

Estadual
Ricardo Murad (PMDB)
Jura Filho (Turismo)
Carlos Filho (Juventude)
Alberto Franco (Assuntos estratégicos)
Catharina Bacelar (Mulher)
José Antonio Heluy (Trabalho e Renda)

Federal
Pedro Fernandes (Educação)
Claudio Azevedo (Agricultura e Abastecimento)
Hildo Rocha (Cidades)
Fernando Fialho (Desenvolvimento Social e Agrário)
Aluísio Mendes (segurança)
Victor Mendes (Meio Ambiente)
Cláudio Trinchão (Fazenda)
Fábio Gondim (Gestão e Previdência)

Suplente de senador
Joaquim Haickel (Esporte)

Governador 
Luís Fernando (Infraestrutura)


Segundo DPCA vinte crianças são abusadas por dia na grande São luís

Segundo a DPCA, de janeiro até a primeira semana deste mês, foram registrados 1.528 denúncias, já ultrapassando as ocorrências do ano passado que somaram 1.500. Números podem ser superiores




Aos 14 anos, Maria* tem uma filha que completou dois anos, fruto de violência sexual que ela sofreu aos 12. O autor do crime foi o namorado da irmã, um homem, à época, com 45 anos e que se aproveitou da confiança da família da menina. Por conta da gravidez, Maria, ainda criança, perdeu a infância para se adaptar à vida de mãe. A jovem integra a estatística da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que aponta as meninas de até 13 anos como principais vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes; e os agressores, em 40% dos casos, pessoas próximas da vítima – padrasto, pai, tio, vizinho, amigo da família. Segundo a DPCA, de janeiro até a primeira semana deste mês, foram registrados 1.528, já ultrapassando as ocorrências do ano passado que somaram 1.500. Por dia, a média de atendimentos chega a 20. Números que podem ser bem maiores, pois, nem todas as ocorrências são denunciadas, segundo a delegacia.

Os registros mais comuns deste tipo de violência são o abuso sexual (estupro e atentado violento ao pudor), seguido de violência física (lesão corporal) e maus tratos. “É um quadro que quase não se altera. Os atores e a faixa etária das vítimas são os mesmos. Já a demanda, cresce a cada dia”, explica a delegada titular da DPCA, Igliana Freitas. O fator social também influi nos registros. “Observamos que a violência é proporcional à condição da vítima. Maior parte dos registros são vítimas de áreas periféricas, que, mais pobres e sem acesso à informação se tornam mais vulneráveis a estes crimes”.

Casos como o de Maria, frequentemente chegam à delegacia e culminam em inquéritos criminais. São crimes que prevêem prisão do autor e inafiançáveis. Porém, o trabalho dos profissionais esbarra na morosidade da justiça, no déficit de pessoal e equipamentos que não suportam a demanda. O resultado são processos que levam anos para serem concluídos, dados os prazos estipulados pelo sistema. “A justiça ainda é muito morosa e isso contribui para a demora na punição dos agressores”, destaca Igliana Freitas.


Atendimento especializado

O aumento na capacidade de atendimento – que passou a ser realizado 24h por dia, todos os dias da semana, inclusive domingos e feriados – e a ampla divulgação do canal de denúncias, aumentaram também o número de denúncias registradas. Os casos contra crianças e adolescentes representam 20% do total de chamadas do Disque Denúncia. Atua junto à DPCA o Centro de Perícias Técnicas para a Criança e o Adolescente (CPTCA) com atendimentos em perícia e exames médicos. Após a denúncia da violência é feito o Boletim de Ocorrência, a vítima é encaminhada à Assistência Social onde passa por triagem e após, à delegada especializada. A vítima se submete à perícia para constatar se houve a violência e é disponibilizado atendimento com equipe multidisciplinar e acompanhamento psicológico. Se houver necessidade, também recebe visitas monitoradas dos agentes da DPCA e CPTCA. “O ideal seria que fossem criadas delegacias deste porte em bases-polo dos demais municípios. A DPCA atua com sobrecarga, alta demanda e pouco efetivo”, exemplifica a assistente social da delegacia, Fernanda Frazão Ramos.

Monitoramento

Os problemas que atingem a DPCA serão alvo de ação do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (CECA). Nesta quinta, às 9h, uma equipe do órgão vai visitar a DPCA para se inteirar da atual situação do complexo. Membros do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) foram convidados para a visita. E no dia 15, a discussão será na Delegacia Geral de Polícia Civil, em horário a ser confirmado. O objetivo é fazer relatório da situação e encaminhar ao Ministério Público para tomar as providências, a exemplo de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). “Sabemos da situação do complexo, mas vamos promover essa visita e abrir o debate, para relatar, enviar aos órgãos e cobrar os resultados, seja um TAC ou outro meio”, disse a coordenadora do CECA, Maria Ribeiro da Conceição, que também integra o Centro de Defesa Pe. Marcos Passerini(CDMP). A coordenada destaca que a atuação do Conselho vem surtindo resultados e aponta um trabalho em conjunto com os demais órgãos de atenção à criança e ao adolescente. Ela destaca que a própria DPCA foi criada por uma ação do Conselho, se consolidando em 2005 com a execução do projeto. “Até então, não tínhamos um órgão que reunisse toda a rede em um só lugar para atender essas vítimas”, destaca Maria da Conceição.

ESPECIALISTA


“O fato da violência contra a criança e o adolescente serem, em sua maioria, cometidas por pessoas próximas e de confiança, acarreta em sérios problemas que podem se estender no decorrer da idade. Essa vítima terá dificuldade em confiar nas pessoas; pode desenvolver transtornos psíquicos como depressão e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); retroceder em fases da vida; ter insônia. Os pais percebem que há algo errado pelo próprio comportamento da criança, mas, em alguns casos, a mãe, por exemplo, custa a acreditar e pode passar a culpa do ato à criança. A vítima, por sua vez, pode não relatar ou confirmar o que ocorre por medo das ameaças que sofre do agressor. Por isso, os órgãos de competência e especializados para atender essa vítima. Há os casos dos abusadores, aqueles que praticam o ato com crianças, com mulheres, geralmente homens; e os pedófilos, que são os portadores de problema psicológico e que desenvolve atração por crianças. No geral, o perfil é de agressores homens e conhecidos da vítima, como padrastos, o próprio pai, tios e vizinhos. Isso já torna mais difícil o conhecimento dos casos, pois as vítimas temem e se sentem expostas e desprotegidas para denunciar, se tornam marcadas por aquela violência. A informação, a divulgação, ações educativas na escola e família e a denúncia são fatores que podem somar na mudança dessa triste realidade e diminuir o índice de registros”
Maíza Cristiane Alves França, psicóloga


1.528
casos registrados de janeiro a outubro deste ano na capital

1.500
casos registrados em 2012

20
média de atendimentos por dia na DPCA

Para denunciar:

DPCA – Avenida Beira Mar – 3214.8667 / 8670
Delegacias e plantões dos bairros
Disque 100
Disque Denúncia - 3223-5800 (capital) / 0300-313-5800 (interior)


Miss Maranhão Juvenil 2013

Hoje será um grande dia para as participantes do concurso Miss Maranhão Juvenil, na categoria  de 13 a 17 anos. Que acontecerá no Teatro João do Vale, no Reviver, às 20 horas.

A primeira disputa aconteceu no dia 14 de setembro de 2013, no Teatro Zenira Fiquene da faculdade Fama. E hoje (9/10/2013), será feita a escolha da nossa Miss Maranhão Juvenil 2013, e quem for à felizarda de receber a coroa e faixa de miss, ganhara além de presentes dos patrocinadores, a viagem e hospedagem pagas para disputar o Miss Teen Brasil, em Campo Grande (MT), em fevereiro de 2014.

Por isso, boa sorte a todas as nossas misses. :D

                                                   (Algumas das candidatas-são 23 concorrentes )





E como não posso deixar de comentar, lógico que tenho minha preferida,a bela Sabrinna Costa.






terça-feira, 8 de outubro de 2013

O vereador Roberto Júnior quer construção de maternidade na Cidade Operária

Como sempre, o vereador Roberto Júnior está de parabéns pelas suas ideias, só espero serem concretizadas em breve...
Fiquem com a matéria do blogueiro Ricardo Santos.




O líder do PSB na Câmara Municipal, vereador Roberto Rocha Júnior, solicitou à Prefeitura de São Luís e à Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), a construção de uma maternidade no bairro Cidade Operária. De acordo com o vereador, o Conjunto Cidade Operária e os bairros adjacentes têm um contingente muito grande de mulheres, e uma das grandes reivindicações dos moradores de lá é a construção de uma maternidade municipal.
Roberto Júnior justificou seu requerimento ressaltando que as maternidades públicas de São Luís já não conseguem mais atender o grande número de mulheres grávidas, pois em todas elas a demanda é livre, ou seja, elas atendem parturientes não apenas da capital, mas também de todo o interior do Estado.
“Devido à insuficiência de leitos obstétricos, muitas grávidas são obrigadas a peregrinar por várias maternidades para conseguirem ser atendidas. Essa é uma situação corriqueira em São Luís, mas que precisa mudar. Mesmo que o município não tenha recursos financeiros próprios para construir mais maternidades, ele deve busca-lo junto ao Governo Federal. O poder público não pode fechar os olhos diante dessa situação que, além de ser bastante humilhante, ainda faz com que essas mulheres corram o risco de perderem seus filhos por falta de um atendimento adequado”, disse.
O Parlamentar destacou ainda que o projeto inicial para tentar garantir os recursos para a construção da maternidade já foi aprovado. Ele está orçado em 25 milhões de reais.
“A construção da maternidade, que terá 132 leitos, já teve seu primeiro projeto aprovado. Faltam agora apenas o projeto arquitetônico e o projeto executivo, que já estão em fase de conclusão. Dessa forma, a capital maranhense estará no caminho certo para cumprir a Lei Federal Nº 11.634/2007 que diz que toda gestante grávida assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem o direito de saber previamente em qual maternidade será realizado o parto”, finalizou.
Além do Conjunto Cidade Operária, a maternidade vai atender a demanda de grávidas de toda a capital, principalmente dos bairros limítrofes, como Santa Clara, Santa Efigênia, Cidade Olímpica, Jardim Tropical, Jardim América, Jardim São Cristovão, Recanto dos Signos, Recanto dos Pássaros, Vila Flamengo e Maiobinha.

Concurso do HUUFMA pode ser adiado

Concurso do HUUFMA pode ser adiado para 10 de novembro por causa da greve dos bancários.



As provas do concurso público para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) deverão ser adiadas para o próximo dia 10 de novembro. O motivo do adiamento do certame, que segundo o edital tinha data das provas marcadas para o dia 20 de outubro, seria em decorrência da greve dos bancários, que ocorre em todo o país há 20 dias.
De acordo com informações , representantes do Institiuto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), empresa empresa responsável pela realização do concurso, teriam procurado aUniversidade Estadual do Maranhão (UEMA), no intuito de reservar o prédio da universidade para a aplicação das provas do certame para o próximo dia 10 de novembro.

O motivo do adiamento das provas do concurso, seria a impossibilidade de saber a quantidade de pessoas que efetuaram o pagamento da taxa de inscrição e, consequentemente, efetivaram sua inscrição.

No site da IBFC, há apenas uma nota informando que o pagamento da taxa de inscrição, que estava previsto para ser encerrado no dia 4 de outubro, foi prorrogado até a próxima quinta-feira (10/10).

Na nota, o IBFC informa, que uma segunda via da Guia de Recolhimento da União (GRU), com vencimento para o dia 10 está disponível para ser acessada. A GRU é o meio pelo qual os candidatos efetuam o pagamento da taxa de inscrição do certame.

Em contato com o Departamento de Concursos da IBFC, a reportagem de O Imparcial foi informada que a empresa deverá divulgar uma nota oficial, sobre o adiamento do concurso, ainda na tarde desta terça-feira (08/10).

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pelos hospitais universitários de todo o país, informou que ainda não há nenhum posicionamento acerca do adiamento das provas do concurso para o Hospital Universitário do Maranhão. A Ebserh informou ainda que aguarda o fim da greve dos bancários para os próximos dias. E que apenas após o fim do impasse, poderá se posicionar a respeito do possível adiamento das provas.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Poesia da Noite

Então, sempre que possível vou compartilhar com vocês alguma poesia da minha querida tia Concita, que infelizmente já não se encontra mais entre nós...  
Por isso fiquem com um pedacinho do que foi ela...

(Conceição de Maria Santos de Araujo)


Parodiando    
                                            
Os homens são iguais, quer queiras ou não.
São todos uns patifes, esses nossos irmãos
Pois todos enganam com a bíblia na mão
São todos iguais, quer queiras ou não...

Inda garotos, na escola nos dão beliscão
Já rapazes nas ruas, nos soltam palavrão
E aos beijos e abraços, prometem em vão
Mesmo velhos alquebrados, trabalho nos dão.

Nos campos, aqueles que não tiveram instrução
Só tratam a mulher na base do pescoção
Nos quartéis, os soldados só querem rações
De mulheres que esnobem as suas prisões...

Nem as flores escapam pisadas no chão
Por esses tratantes tão sem coração
Por isso menina, não tenha ilusão
Garota responda: - são santos não são?...

Este verso foi escrito em resposta a uma afirmativa de que os crentes são os melhores... 
                                                                                                Rio, 6/1/69            
                                                                                                CMSA




DEGENERAÇÃO

O advogado Abdon Marinho, descreve algo que serve de alerta para sociedade brasileira, não só para nós, mas para a humanidade, onde os verdadeiros valores estão sendo colocados de lado, e como exemplo, o advogado menciona a política hoje.

Fiquem com essa excelente análise.  :D 





Por Abdon Marinho

Degeneração

Olho para trás, até onde a vista alcança é a memória não trai, numa retrospectiva dos escândalos nacionais, e em todos (ou quase), o que se ver é o envolvimento da nossa classe política. Não tem uma operação policial que não tenha o envolvimento, ainda que indireto, de um vereador, prefeito, deputado, governador, secretário, ministro, etc. Cada vez mais e com mais frequência, a corrupção invade nossas salas, nossas casas, nossos locais de trabalho. É algo aterrador. 

O que me pergunto é desde quando é assim? Será que sempre foi desta forma e as coisas apenas estavam mais mascaradas? Acho que não. Acho que de uns tempos para cá começou a haver uma degeneração onde o errado passou a ser o certo é o certo o errado. As pessoas honestas sentem vergonha se serem honestas. A sociedade parece que conformou-se com esse tipo de coisa. 
Leio num site que um novo dilema toma conta dos lares brasileiros: os pais têm dúvidas se ensinam princípios éticos aos filhos. Temem que os tenham tais princípios sejam prejudicados numa sociedade em que a sociedade cultiva o hábito de se levar vantagem em tudo. A ética seria um péssimo atributo. Vejam onde chegamos. Mas isso vem se solidificando na sociedade faz tempo. Os políticos são reflexos e não espelhos deste novo padrão. A sociedade acha que o político honesto, com princípios éticos são "bestas", que eles devem levar vantagem dos cargos que ocupam, como se dizem, "tirar o seu", dizem isso com tanta naturalidade que chego a desconfiar não serem os corretos, de fato, "bestas". Um amigo eleito para um cargo, cerda vez foi indagado: “fulano, com esse cargo, consegues "tirar" quanto? Um outro outro amigo que já ocupou cargo público disse-me que no seu mandato fez tudo certo, o mais perfeito que se poderia exigir, entretanto caso volte algum dia a ocupar um cargo público fará tudo diferente, fará tudo conforme o “normal” dos dias de hoje. Justificou: aos olhos da sociedade estamos todos na vala comum, com o agravante de que o corrupto tem o poder do metal para se safar melhor do que eu que procurei fazer tudo certo. Tenho um outro amigo que diz se sentir angustiado quando alguém o apresenta informando o cargo que ocupa.

O quadro de desalento me levar a refletir sobre que futuro espera uma sociedade onde os pais temem educar seus filhos dentro de padrões éticos, ensinando-os que é errado fazer o errado para tirar vantagem. Como é possível fazer prosperar uma nação onde o jeitinho toma o lugar do correto? onde ser honesto é motivo para punição e não para reconhecimento? Onde os políticos de bem (os poucos que restam) se sentem mal em serem reconhecidos como políticos ou como homens de bem?

Já disse neste mesmo espaço em outras oportunidades que vivemos uma espécie de degradação moral da sociedade da política em especial. Nunca se tornou tão presente o fato da representação da população ser feita por pessoas que tem no mandato um negócio. 

Nas próximas eleições teremos o coroamento deste modelo. não haverá representação ideológica, a não ser a exceção da exceção. O quadro que se desenha é de deixar qualquer um com um mínimo de pudor, envergonhado e triste. De lado a lado há um pragmatismo tacanho e nojento. Para constatar isso não precisa de muito esforço, apenas ver com quais jogadores cada time vai jogar. Iremos constatar que pessoas que sequer deveriam frequentar livremente os lugares públicos se insinuam para serem representantes do povo, escudados no poderio econômico e político muitos destes serão eleitos. Muitos ainda ousam dizem que são pessoas de bem, que estão na boa causa. Pessoas que nunca deram “um prego numa barra de sabão”, de repente aparecem como postulantes a representação política. O pior de tudo isso é muitos contam com o apoio ou devo dizer cumplicidade, de quem deveria extirpar esse tipo de pessoa da vida pública. Hoje já vemos jornalistas e políticos defenderem diversos nomes para cargos públicos, deputados estaduais e federais. Os que não se elegerem serão agraciados com sinecuras na máquina pública para continuarem a fazer o fim a que se destinam.

Sempre me pergunto: Como é possível que a sociedade não ache esquisito que determinado político gaste muito mais com sua eleição que os salários que irá perceber durante os quatro anos? Como fazem para fechar as contas se o cargo público só paga 100 e ele gastou 500 para se eleger? Será que ninguém ver que o negócio não é licitamente vantajoso e que há algo de muito errado nisso? Como posso achar normal que alguém possa apresentar como credenciais para disputar um mandato eletivo o fato de ser filho, esposa, sobrinho, parente ou aderente de fulano ou sicrano? Como posso aceitar que trata com naturalidade o fato de alguém se propor candidato escudado no poderio econômico do desta ou daquela pessoa? Como posso achar normal que partidos e candidatos aceitem em suas fileiras pessoas de passado duvidoso porque este possuem recursos, muitos recursos, estes nem sempre adquiridos de forma honesta? Como posso achar normal que a imprensa, o quarto poder, tida como os olhos da nação silencie ante este ataque a normalidade democrática e até endosse certas candidaturas?

A caso não sabem o mal que causam a nação? Não seriam, na verdade cúmplices? 

Sei que tem pessoas sérias na política. Ainda vejo muitos querendo fazer a coisa correta. Estes são bem poucos e a cada eleição seu número é reduzido cada vez mais. Nas próximas eleições é capaz não escaparem muitos, se escapar algum.



sábado, 5 de outubro de 2013

Marina fala à Rede sobre coligação com PSB

Que decepção, esperava outra ação vinda da ex-senadora Marina Silva.
Na minha concepção, fazer o novo na política, não é bem assim.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Viciante essa canção...Dígale-David Bisbal

Viu amigo!?Sua culpa...rsrrs



No ha podido olvidar mi corazón
Aquellos ojos tristes soñadores que yo amé
La dejé por conquistar una ilusión
Y perdí su rastro, y ahora sé que es ella
Todo lo que yo buscaba
*CORO*
Y ahora estoy aquí
Buscándola de nuevo Y
Ya no está, se fue
Tal vez usted la ha visto dígale, que yo siempre la adoré 
Y que nunca la olvidé
Que mi vida es un desierto y muero yo de sed
Y dígale también, que sólo junto a ella puedo respirar 
No hay brillo en las estrellas 
Ya ni el sol, me calienta
Y estoy muy solo aquí, no sé a donde fue
Por favor dígale usted
Fueron tantos los momentos que la amé
Que siento sus caricias y su olor esta en mi piel
Cada noche la abrazaba junto a mí
La cubría de besos, y entre mil caricias
La llevaba a la locura

*CORO*
Y ahora estoy aquí
Buscándola de nuevo Y
Ya no está, se fue
Tal vez usted la ha visto dígale, que yo siempre la adoré 
Y que nunca la olvidé
Que mi vida es un desierto y muero yo de sed
Y dígale también, que sólo junto a ella puedo respirar 
No hay brillo en las estrellas 
Ya ni el sol, me calienta
Y estoy muy solo aquí, no sé a donde fue
Por favor dígale usted

Rede Sustentabilidade continuará processo de criação do partido

Do Blog da Marina
A votação de ontem (3/10) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contrária à criação neste momento da Rede Sustentabilidade, não representa uma derrota nem aos seus membros nem à população brasileira que apoia uma nova forma de fazer política no país. Isso resulta tão somente em um atraso no processo irreversível de reformas do país. “Já somos partido político sim. Se agora não temos o registro legal, temos o registro moral perante a sociedade brasileira”, avalia a ex-senadora Marina Silva, uma das idealizadoras da #rede.
Essa determinação dos membros da #Rede é não apenas um desejo nosso, mas uma obrigação para com os 900 mil cidadãos que apoiaram diretamente a criação da Rede Sustentabilidade e os milhões de brasileiros que esperam por mudanças profundas nesse país, as quais os atuais partidos e a atual estrutura do Estado não permitem tornar realidade.
A Rede Sustentabilidade considera o resultado proferido pelo TSE uma clara demonstração dos entraves burocráticos que os brasileiros têm de enfrentar. Exigências descabidas e ilegais por agentes do Estado, atrasos injustificados e regras inaplicáveis foram alguns dos entraves enfrentados pela #Rede ao longo do processo de criação do partido. Da mesma forma, ficou evidente a estrutura precária do Estado brasileiro, incapaz de cumprir as leis que ele impôs a si mesmo. Cartórios com pessoal sem treinamento; falta de insumos básicos para executar o trabalho; inconsistência generalizada nos dados utilizados para comparação das assinaturas. Tudo isso culminou em uma situação paradoxal, na qual o mesmo órgão que exige o cumprimento da lei que prevê 492 mil assinaturas certificadas para aprovar a criação de um partido, não exige o cumprimento de outras que permitiriam viabilizar as certificações nesse montante, como a validação das assinaturas em até 15 dias ou a obrigatoriedade de se justificar todo ato administrativo.
A mobilização da Rede Sustentabilidade continuará inabalável nos próximos dias, meses e anos. Nossos apoiadores acreditam na causa pela qual lutam e se manterão firmes no objetivo de democratizar a democracia brasileira.


Fonte:http://www.minhamarina.org.br/blog/2013/10/rede-sustentabilidade-continuara-processo-de-criacao-do-partido/

Em longa madrugada, Marina Silva assegura que manterá coerência



Ex-senadora reuniu-se com aliados e ouviu apelos tanto para ser candidata por uma nova legenda quanto para adiar o projeto presidencial

BRASÍLIA. Após ver o Tribunal Superior Eleitoral sepultar sua Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva, segunda colocada nas pesquisas da disputa presidencial, reuniu-se com cerca de 20 aliados mais próximos em um encontro de seis horas que varou a madrugada desta sexta-feira e ouviu apelos tanto para ser candidata por uma nova legenda - o que a obrigaria a filiar-se até amanhã - quanto para adiar o projeto presidencial para 2018 e insistir na criação da Rede. Os presentes chegaram a apresentar uma série de partidos que teriam oferecido legenda à senadora, mas o debate polarizou-se entre a possibilidade de migrar para o PPS ou o PEN. Ao deixar o local às 5h, bem-humorada, a ex-senadora recusou-se a comentar o conteúdo do encontro e destacou que a decisão final só será anunciada no início desta tarde, em Brasília, após um novo encontro - agora oficial - com militantes da Rede.

Um dos únicos momentos em que foi possível, de fora do prédio, ouvir a posição de Marina deu-se por volta das 2h15. Ao retomar a palavra e novamente agradecer a participação de todos os presentes, a ex-senadora defendeu a necessidade de adoção de uma posição de coerência.
- Queremos uma construção que coloque em primeiro lugar a coerência - afirmou.

Ao deixar o prédio, horas depois, ela confirmou ser esse o cerne da decisão que tomará:

- Isso é o que vocês mais ouvem eu falar, é quase um mantra. Vocês acham que eu ia ter uma crise de incoerência?


Mas nem mesmo os presentes sabem dizer o que essa coerência significará. Isso porque ao mesmo tempo em que a senadora disse colocar os interesses do país à frente dos interesses pessoais, houve severas críticas ao eventual ingresso no PPS - pelo fato de sua bancada ter votado majoritariamente a favor do Código Florestal - ou no PEN - cujos caciques seriam figuras sem trajetória conhecida, cujo passado é uma incógnita. Ainda assim, o grupo dos que defenderam a candidatura ainda em 2014, segundo um dos presentes, seria ligeiramente maior. A preocupação, no entanto, é que na negociação com as novas legendas ela assegure que terá o controle da campanha. Independente dessa decisão, a única certeza é que o projeto de criação da Rede como partido político continuará.

- Estamos analisando a situação. Tem muitas questões a serem avaliadas e muitas providências a serem tomadas na continuidade da Rede. Não havíamos discutido alternativas caso o TSE rejeitasse o pedido de registro. Portanto, agora estamos discutindo. Nós construímos até aqui algo muito importante e novo. E isso só é possível porque tem uma outra coisa que dá sustentação que é a credibilidade e a coerência. Qualquer decisão para frente tem de levar em consideração a credibilidade e a coerência em relação a uma nova política - destacou o coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, no fim do encontro.

A reunião que varou a madrugada começou logo após a sessão do TSE, por volta das 23h de ontem. O encontro, ocorrido no apartamento de uma amiga de Marina, na Asa Sul de Brasília, foi marcado por fortes posições em defesa das duas teses - a favor e contra a candidatura - e teve momentos de tensão, com um bate-boca entre Marina e um de seus mais antigos aliados, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ). Além de Sirkis, outros três parlamentares estavam presentes: Miro Teixeira (PDT-RJ), Reguffe (PDT-DF) e Walter Feldman (sem partido-SP). Os quatro deputados foram unânimes na defesa de que Marina seja candidata ainda no próximo ano.

Foi justamente ao defender esse ponto que, por volta de 1h30m, Sirkis entrou em conflito com a ex-senadora. Ao contrário dos parlamentares, uma parte significativa dos militantes posicionava-se contrariamente à candidatura alegando que Marina seria constrangida pela imprensa a responder por eventuais desvios de conduta que integrantes dessas legendas cometam, o que poderia sujar sua biografia. Segundo um dos presentes, Sirkis começou a rebater esse argumento alegando que a própria Rede não era perfeita e tinha entre seus quadros pessoas progressistas, de extrema esquerda e também "evangélicos de direita". Foi quando Marina rebateu questionando:

- Quem é evangélica aqui sou eu. Então sou de direita?

Sirkis então se insurgiu e fez uma série de críticas à demora de se tomar a decisão de criar a Rede e, naquele momento, à nova demora em definir sua posição sem compreender que as dificuldades enfrentadas pelos parlamentares que a auxiliaram em seu projeto colocando em risco sua situação em suas atuais legendas e suas perspectivas eleitorais. Irritado, o deputado verde deixou o prédio aceleradamente, negou-se a dar entrevistas e disse que estava indo para o Rio.

Apesar de também terem acompanhado a sessão do TSE com Marina, outras duas figuras de proa da nova legenda, o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) e a vereadora Heloísa Helena (PSOL-AL), não seguiram com o grupo para o debate sobre o futuro da ex-senadora e da Rede. A tendência é que Dutra anuncie ainda hoje sua migração para o Partido Solidariedade. Sirkis pode permanecer no PV, mas também conversa com o PSB, assim como Miro Teixeira, que pode ficar no PDT, mas foi sondado pelo novato PROS. Reguffe, por sua vez, deve permanecer no PDT.

Segundo relatos de pessoas presentes, a senadora ouviu muito mais do que falou. No início do encontro fez um longo agradecimento a todos os presentes pelo esforço na coleta de assinaturas e destacou o fato de todos os ministros do TSE terem elogiado a lisura do pedido, ainda que no fim o número de assinaturas tenha sido insuficiente. Os presentes, no entanto, se alongaram na defesa de suas posições, o que levou a própria senadora a pedir em vários momentos para que tivessem "poder de síntese".

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Único a votar pela Rede, Gilmar diz que houve 'abuso' de cartórios



Ministro votou quando maioria já havia sido formada para rejeitar registro.
Ele defendeu que TSE validasse assinaturas rejeitadas por cartórios.




Único ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a votar pela criação do partido Rede Sustentabilidade, Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira (3) que a legenda foi alvo de "abuso" por parte dos cartórios em razão da rejeição de 95 mil assinaturas de apoio sem explicações sobre os motivos.

A maioria dos ministros da Corte eleitoral rejeitou o pedido de criação da legenda porque não houve comprovação do apoio mínimo necessário. Com isso, a Rede não poderá participar das eleições de 2014. O partido tinha 442 mil assinaturas validadas, mas a lei exige 492 mil - 0,5% do total dos votos dados aos deputados federais nas últimas eleições.

Marina queria que o TSE revertesse a anulação de 95 mil fichas de apoio, que os cartórios consideraram inaptas, mas o argumento não foi aceito.
Gilmar Mendes, também integrante do Supremo Tribunal Federal, atua no TSE na condição de ministro substituto, em razão de viagem do ministro Dias Toffoli. Ele afirmou, no voto, que é preciso considerar o "princípio da proporcionalidade", uma vez que houve falha nos cartórios.

"Não se trata de aceitar partido com menor número de assinaturas, não. Se trata de dizer que, nesse caso, houve uma situação de abuso que justifica sim o reconhecimento dessas assinaturas que restaram invalidadas sem qualquer motivação. Não se trata de descumprir a legislação, mas de aplicar a legislação. Com o princípio da proporcionalidade", disse Gilmar Mendes.

O ministro lembrou ainda que a própria Marina Silva chegou a descartar assinaturas de apoio, o que mostra o empenho em demonstrar a legalidade do processo de criação. "Não vamos agora dizer 'Continue a trabalhar, senadora Marina. Sempre há carnaval, como sempre há eleição'. Ela nunca deixou de trabalhar. Jogou assinaturas. Assinaturas que não pareciam consistentes foram retiradas. Estou com todo conforto na alma e consciência, divergindo com todo respeito."

Durante o julgamento, vários ministros e o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, afirmaram que ela poderia concorrer às eleições dos próximos anos.

No início de seu voto, o ministro Gilmar Mendes lembrou da discussão no Congresso do projeto que inibe a criação de novos partidos. A votação no Senado foi suspensa por uma liminar (decisão provisória) de Mendes. "[O projeto só não foi votado por causa da liminar. Foi vergonhoso casuísmo. A norma tinha nome", disse. Na ocasião, Gilmar Mendes chamou o projeto de "anti-Marina Silva".

O ministro completou que ela passou mais de dois anos criando o partido. "Esse partido está se organizando há mais de dois anos. Enfrentou vicissitudes a partir do projeto de lei, modelo de casuísmo, que nos enche de vergonha."


Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/10/unico-votar-pela-rede-gilmar-diz-que-houve-abuso-de-cartorios.html