Diferente de seus antecessores, o governador
Flávio Dino (PCdoB) dispensou, pelo menos por enquanto, o privilégio de morar
no suntuoso e histórico Palácio dos Leões, sede oficial do governo do Estado,
com todas as mordomias que o lugar poderia lhe proporcionar. O novo chefe do
Executivo maranhense optou por residir, até agora, em seu próprio
apartamento com a esposa Daniela e filhos.
O governador dispensou a aquisição de
diversas iguarias nobres e caras feitas pelo governo Roseana Sarney. Ele
aguarda a conclusão de uma nova licitação de compra de
alimentos mais simples, de custos menores, porém necessários para suprir as
despensas do Palácio dos Leões. Enquanto isso, faz suas refeições no
apartamento onde mora ou, quando o horário é apertado, ele pede as famosas
“quentinhas”.
Em relação às viagens oficiais, Flávio Dino
dispensou os famosos “jatinhos” e optou pelos aviões de carreira, já que o
custo é bem menor. Só usa aviões pequenos particulares quando não há voo
doméstico para o local de destino.
A casa de veraneio de São Marcos, a famosa
residência de lazer do governo, que consumia uma boa verba para se manter,
encontra-se fechada. O novo governador também dispensou esse privilégio.
No local, os ex-governadores davam festas, ofereciam jantares, almoços,
cafés da manhã a convidados especiais, enfim, com todas as mordomias que o
cargo lhes garantia.
Flávio Dino também dispensou metade dos
policiais militares que ficavam à disposição dos governadores anteriores. Eles
foram redistribuídos para reforçar a Segurança Pública nas ruas.
Sobre mudar-se para o Palácio dos Leões, esse
é um assunto que o governador ainda discute com a família. Há mais de um mês da
posse, eles ainda não chegaram a um consenso sobre morar ou não na residência
oficial, um privilégio reservado ao cargo.
Enfim, aqui e acolá, encontra-se um
privilégio dispensado por Flávio Dino. Há de se perguntar: mas porque o
governador age dessa forma? Ele é um comunista. O princípio da doutrina
estabelece uma sociedade igualitária e sem luxo, baseada na
propriedade comum.
Uma das marcas do novo governo tem sido o
corte de gastos. Um dos exemplos foi o realinhamento do chamado Museu de
Sarney, que consumia alguns milhões por ano, tão somente para culto a uma
figura viva que comandou a política do Estado por mais de 50 anos.
Exemplos do Papa e do presidente uruguaio
São raros os governantes que dispensam
privilégios no mundo. O papa Francisco tem dado inúmeros exemplos de
simplicidade, deixando de lado mordomias comuns ao alto clero da Igreja
Católica. Mas o exemplo mais forte é mesmo do presidente do Uruguai, Pepe Mujica,
que encerra o mandato no final deste mês.
Cerca de 90% do salário de Mujica,
equivalente a R$ 25 mil, é doado a um programa de moradia. Depois que deixar a
presidência, continuará indo para o trabalho no Senado – posto para o qual foi
eleito com a maior votação do país – com seu VW Fusca azul de 1978, o único bem
que tem em seu nome.
Um dos principais legados que Mujica deixa
aos políticos do mundo é o exemplo de simplicidade e de desprendimento.
Ele não mora no palácio Suárez y Reyes, residência oficial do governo uruguaio,
e segue vivendo em sua chácara no Bairro Paso de la Arena com a esposa, a
senadora Lucía Topolansky, ex-guerrilheira e uma das mais ativas políticas da
Frente Ampla (FA), partido do presidente.
Fonte: http://silviatereza.com.br/
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