Em seu primeiro pronunciamento após ser confirmada como presidente
reeleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT) afirmou neste domingo (26) não
acreditar que a acirrada disputa eleitoral, decidida por uma diferença de cerca
de 3,4 milhões de votos, tenha “dividido” o país. A petista ressaltou ao longo
dos 26 minutos de discurso que está "disposta ao diálogo" e que quer
ser uma presidente "melhor" em seu segundo mandato.
“Conclamo, sem exceção, a todas as brasileiras e brasileiros para nos
unirmos em favor do futuro de nossa pátria. Não acredito que essas eleições
tenham dividido o país ao meio. Creio que elas mobilizaram ideias e emoções às
vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um
futuro melhor”, declarou Dilma no pronunciamento realizado em um hotel de
Brasília pouco mais de uma hora após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
confirmar que ela estava matematicamente eleita.
Aos 67 anos,
Dilma venceu no segundo turno o adversário do PSDB, Aécio Neves. Oresultado foi confirmado pelo sistema de apuração do TSE às
20h27min53, quando 98% das urnas estavam apuradas e não havia mais
possibilidade matemática de virada.
O TSE apurou 100% das urnas às 0h13. A petista teve 54.501.118 votos
(51,64%) e o tucano, 51.041.155 votos (48,36%).
Ao final de uma campanha eleitoral marcada por ataques mútuos entre as
campanhas do PTe do PSDB, a presidente reeleita disse
que quer governar “da forma mais pacífica e democrática”. Ela destacou que está
disposta a abrir um grande espaço de diálogo com todos os setores da sociedade
para buscar soluções para os principais problemas do país.
"Minhas
primeiras palavras são, portanto, de chamamento e união. Democracia madura e
união não significam necessariamente unidade de ideias nem ação monolítica
conjunta, mas, em primeiro lugar, disposição para o diálogo. Esta presidente
aqui está disposta ao diálogo", enfatizou.
Condução da economia
Em meio ao discurso, Dilma fez questão de mandar um recado ao mercado
financeiro, que se manteve instável nos últimos meses devido às oscilações na
campanha eleitoral, especialmente nos momentos em que a petista crescia nas
pesquisas.
Segundo a presidente reeleita, ela promoverá, “com urgência",
ações localizadas na economia para retomar o ritmo de crescimento do país e
garantir níveis altos de emprego com valorização dos salários. Dilma destacou
ainda que seguirá combatendo “com rigor” a inflação e que pretende avançar no
terreno da responsabilidade fiscal.
Ela ressaltou no pronunciamento que pretende estimular o diálogo e a
parceria com todas as forças produtivas do país. “Mais do que nunca, é hora de
cada um e todos nós acreditarmos no Brasil, ampliarmos nosso sentimento de fé
nessa nação incrível a que nós temos o privilégio de pertencer e a
responsabilidade de fazê-la cada vez mais próspera e mais justa.”
Reforma política
Dilma afirmou que pretende efetivar grandes projetos e que a prioridade será a
reforma política. “Entre as reformas, a primeira e mais importante é a reforma
política. Quero discutir esse tema profundamente com o Congresso e a população
”, disse.
Em meio às investigações de um suposto esquema de propina na Petrobras
que teria sido utilizado para abastecer o caixa do PT, a presidente reeleita
disse que vai combater a corrupção. “Terei o compromisso rigoroso com o combate
à corrupção, propondo mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade”,
disse.
Dilma encerrou o discurso dizendo que “não fugirá da luta”. “Vamos dar
as mãos e avançar nessa caminha que vai nos ajudar a construir o presente e o
futuro. Brasil, mais uma vez, essa filha tua não fugirá da luta. Viva o Brasil,
viva o povo brasileiro”, concluiu a presidente, sob intensos aplausos da
militância petista.
Após o pronunciamento, o público presente ao evento cantou um trecho do
hino nacional. A presidente acompanhou e, em seguida, passou a abraçar os
aliados que estavam no palco, entre eles o ex-presidente Lula e o presidente
nacional do PT, Rui Falcão.
Para mais informações, o link se
encontra abaixo.
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