sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Vida conjugal e dinheiro
Um relacionamento sério, oficializado ou não, provoca mudanças. E isso é natural. São duas pessoas com formações e desejos diferentes e, claro, com sentimentos em comum. Administrar a renda familiar, pensar em conjunto sobre os bens que serão adquiridos, alugar ou comprar uma casa, entre outras decisões, são desafios que qualquer casal terá de enfrentar.
Falar de dinheiro é importante
Muitos casais alegam que não gostam de conversar sobre dinheiro, pois é estressante, cada um pensa de um jeito e as prioridades são diferentes. Para Conrado Navarro, autor do livro Vamos Falar de Dinheiro e especialista em educação financeira, é fundamental quebrar o tabu.
"Os casais ficam adiando a conversa sobre dinheiro e acabam dando atenção ao assunto somente quando a questão financeira já virou um problema. As pessoas precisam quebrar essa caixa-preta. O diálogo é crucial para o sucesso financeiro do relacionamento", afirma Navarro.
O especialista sugere que o casal sente e coloque na ponta do lápis os objetivos comuns. "Se os dois estiverem motivados, pensando em uma viagem ou em uma poupança para a compra da casa própria, será muito fácil, pois haverá aproximação e o medo de falar em dinheiro, aos poucos, será deixado para trás", aconselha.
Já Haroldo Monteiro, coordenador do MBA em Finanças Corporativa da Universidade Veiga de Almeida, comenta que sempre tem um mais preocupado e disposto a fazer um planejamento, mas, muitas vezes, deixa de colocar no papel os gastos e despesas por ver que o outro não está interessado em fazer esse levantamento e deixa de lado a iniciativa.
"É fundamental fazer o planejamento financeiro, mesmo que o parceiro inicialmente acredite não ser importante. Se alguém tomar a iniciativa, o casal saberá o seu limite e poderá tomar atitudes mais racionais em conjunto, evitando problemas", afirma Monteiro.
Contas bancárias
Uma das dúvidas mais recorrentes entre os casais é: vale a pena ter contas separadas ou uma conta conjunta? As decisões são pessoais, mas algumas dicas valem a pena. Haroldo Monteiro alerta que a conta conjunta facilita a movimentação de dinheiro, por exemplo, em situações de emergência. Se a conta conjunta pode facilitar por um lado, Navarro chama atenção para a possibilidade de conflitos. "Sou a favor, pois ajuda a quebrar tabu.
O casal terá de administrar saldos, respeitar o desejo do outro sem ultrapassar limites. Creio que obriga o casal a sair da zona de conforto. Pode ser complicado, mas é importante. Se um casal quer construir um patrimônio e uma família é preciso que esteja unido e saiba equilibrar desejos", afirma.
Moradia
A escolha da moradia é um item importantíssimo, pois está diretamente ligada ao padrão de vida. É preciso ter clareza dos custos quando se opta por viver em um determinado lugar. "Os casais têm a tendência a quererem a casa própria e assumem prestações de longo prazo. Algumas vezes, chegam a comprometer até 50% da renda familiar, o que é uma percentagem alta e que eu não recomendo", afirma Navarro.
Mais uma vez, o caminho apontado pelos especialistas é conversar e planejar juntos. Equilibrar interesses não é fácil, mas necessário. Cada um percebe o dinheiro de uma forma e a saída para uma vida saudável a dois, do ponto de vista das finanças, é o diálogo e a busca por um consenso.
Os casais que não se sentem prontos para encarar os desafios podem procurar consultores. Segundo Navarro, em seis meses, a maioria das famílias consegue aprender a planejar, analisar situações e enxergar de forma racional a realidade financeira. A partir daí, é construir uma vida a dois sem tormentos de finanças.
Fonte:http://www.previ.com.br/menu-auxiliar/noticias-e-publicacoes/noticias/detalhes-da-noticia/vida-conjugal-e-dinheiro.htm
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